25.3.09

vômitos de uma noite decepcionante.

Século XX

Revolução espacial
Revolução biológica
Revolução literária
Revolução anatômica
Revolução comercial
Revolução informática
Revolução comunicativa
Revolução locomotiva



Século XXI

juventude morta
Juventude acomodada
juventude podre
juventude alienada
juventude massacrada
juventude escravizada
juventude frenética
juventude retardada

Esses são, ao menos em número significante, os jovens contemporâneos da primeira década do superestimado século XXI.
Em tempo de caos geográfico, histeria ambiental, desmoralização social e mendigância de solidariedade, nós, jovenzinhas de plástico e jovenzinhos de mastro permanentemente ereto nos embalamos no créu do desgosto, na chupada de uva podre, na sentada de merda, em complacência com a pizzaria de injustiça, subestimando a inteligência e a beleza da consciência prosseguida de Atitude.
Se seu ego foi provocado, jovem leitor, pergunte a seu pai sobre a influência e organização do movimento estudantil em seus anos de academia, pergunte a seus avós sobre a energia da força sindical trabalhista em meados do século XX. Pergunte a eles também sobre a criatividade e criticismo da contra-cultura de seus contemporâneos. Ouça um sertanejo de raiz e compare ao sertanejo de ração que toca hoje na sua orelha suja.
Ou yeah baby, vamos celebrar a condicionalidade de relacionamentos, os amores descartáveis, as amizades displicentes, os afetos perniciosos e a pobreza das paixões... vamos celebrar até à inconsciência, já que esperar por atitudes alheias, ignorar a passividade perante o que incomoda e assegurar o arroz com feijão diário é mais fácil que enfrentar a pressão da contra-inércia.
Condicionalidade é a palavra que melhor caracteriza essa década. Amores condicionais, afetos condicionais, solidariedade condicional, sorriso condicional, AJUDA condicional, justiça condicional, ordem condicional, interesse condicional, HUMANOS condicionais.
Nunca o acesso ao conhecimento esteve tão disponível a qualquer nauseabundo com olhos e ouvidos; nunca a informação esteve mais acessível, nunca a comunicação foi mais abrangente que agora, porém, o legal mesmo é curtir noites de orgia pra mascarar o vazio, a auto-exposição em prol da popularidade barata, a sensualidade porca. Legal mesmo, 'cachorra', é ter um buraco entre as pernas e duas melancias no tórax.
... E raciocínio que nada! .. coordenação motora nos quadris vale muito mais. Sem esquecer de priorizar a quantidade, porque qualidade e cuidado é assunto pra vigilância sanitária.

Às almas nobres e raras, desculpem a apressada generalização e pelo, talvez, simplismo, mas hoje isso é tudo o que se passa pela minha cabeça e sufoca o meu espírito.

Por Maria Teresa em 19/02/09

2 comentários:

Sibeli Almeida disse...

WOOOWWWW

Eduardo Pagliaroni disse...

clap clap clap... infelizmente é isso mesmo. Mas tenho esperanças...