17.7.11

Cansada de discursos prontos e argumentações oportunistas.
Exausta de justificativas, objetivos e planejamentos estratégicos.
Farta de protocolos, normas e metas de longo prazo.
Já não mais suporto observar os ponteiros do relógio desafiando a capacidade física e mental de seres humanos.



Quero energia, calor, frio, melodias, gaitas e violões.
Quero andar sobre a terra até encardir os pés.
Sentir o frio das águas no breu da madrugada.
Quero banhos de chuva a estancar qualquer desespero
Escalar montanhas e chegar ao topo fedida de suor.
Quero presenciar pores do sol nos quatro cantos do mundo.
Quero chorar desvergonhosamente por tudo o que alegra e entristece.
Quero ouvir todas as músicas às quais o coração responde acelerando.
Quero a cura de feridas emocionais e a democratização de patentes.
Quero pedir todos os perdões a quem devia e não fui capaz de fazê-lo.
Quero a liberdade de gritar, chorar e sair correndo todas as vezes que achar devido.
Quero viver ao lado de gente de carne e osso, que ri de seus tropeços, que não se rende a triunfos baratos, gente a quem o constrangimento alheio não é fonte de satisfação.