22.4.09

Pensando e linguajando

Às vezes me surgem indagações filosóficas, viciosas e intensas. Quando elas surgem - isso pode acontecer ao tropeçar em uma pedra ou ao quebrar a cabeça tentando entender as estranhezas da vida - tento categorizá-las, esmiuçá-las e solucioná-las. Às vezes consigo entender tendo por base o tão difundido senso comum, outras vezes não consigo entender nem com a explicação da enciclopédia multi-informacional-greco-romana-otomana-hispana-inglesa indispensável ao pack de qualquer grande mochileiro das galáxias.
Tais questionamentos sempre me indignaram e na maioria das vezes me vi empacada na mesma situação viciosa de quando questionamos quem veio primeiro, o ovo ou a galinha.
Indo ao que interessa, o assunto é: Linguagem e pensamento. Qual termo pressupõe qual? Qual vem primeiro? São indissociáveis? É possível pensar sem ter como base a linguagem?
Um cara que dissertou sobre isso com categoria e clareza foi um linguista chamado José Luiz Fiorin, em uma obra chamada "Linguagem e ideologia".
A leitura desta é intensa mas clara e lógica. Não afirmo que encontrei a simples e pura resposta sobre o tema, mas seus argumentos são aprimorantes.
Para mim, a resposta não é única e depende de vários aspectos, entre eles a definição e o entendimento dos termos "pensamento" e "linguagem", assimilados pelos indivíduos, cada qual em seu contexto, tempo e situação social.

A quem interessar, aí vai uma pincelada sobre o assunto.


Uma formação ideológica deve ser entendida como a visão de mundo de uma determinada classe social, isto é, um conjunto de representaçõs, de ideias que revelam a compreensão que uma dada classe tem do mundo. Como não existem ideias fora dos quadros da linguagem, entendida no seu sentido amplo de instrumento de comunicação verbal ou não-verbal, essa visão de mundo não existe desvinculada da linguagem. Por isso, a cada formação ideológica corresponde uma formação discursiva, que é um conjunto de temas e de figuras que materializa uma dada visão de mundo. Essa formação discursiva é ensinada a cada um dos membros de uma sociedade ao longo do processo de aprendizagem linguistica. É com essa formação discursiva assimilada que o homem constrói seus discursos e reage linguisticamente aos acontecimentos.

As visões de mundo não se desvinculam da linguagem, porque a ideologia vista como algo imanente à realidade é indissociável da linguagem. As ideias e, por conseguinte, os discursos, são expressõe da vida real. A realidade exprime-se pelos discursos.
Dizer que não há ideias fora dos quadros da linguagem implica afirmar que não há pensamento sem linguagem. Engels dizia que não há realmente um pensamento puro desvinculado da linguagem. Ao opor-se à ideia de Duhring de que quem não era capaz de pensar sem o auxílio da linguagem não tinha conhecido o verdadeiro pensamento, afirma, com ironia, que, se isso fosse verdade, os animais seriam os pensadores mais abstratos e autênticos, porque seu pensamento jamais é perturbado pela interferência da linguagem.
Alguns linguistas e psicólogos julgam que existe um pensamento puro pré-linguistico, e, ao lado dele, a expressão linguística que lhe serve de envólucro. Outros afirmam que é impossível pensar fora dos quadros da linguagem.
O problema começa com o próprio conceito de pensamento. Se imaginarmos que pensamento seja a "faculdade de se orientar no mundo", ou o "reflexo subjetivo da realidade objetiva", ou ainda, "a faculdade de resolver problemas", então podemos concluir que há um pensamento verbal e um pré-verbal, pois todos os animais fundam seu comportamento numa certa orientação no mundo, num certo reflexo subjetivo da realidade objetiva ou numa certa capacidade de solucionar problemas. Mas se dissermos que o que caracteriza o pensamento humano é seu caráter conceptual, o pensamento não existe fora da linguagem.
Há processos mentais que escapam ao nível puramente linguístico, mas, a partir de uma certa idade, o pensamento torna-se predominantemente conceptual e este não existe sem uma linguagem. O cérebro funciona de maneira muito complexa, mas os estudos de psicologia genética e das patologias linguísticas demonstram que a ausência de uma linguagem, qualquer que ela seja, impossibilita o exercício do pensamento conceptual. Quando se diz que não há ideias independentemente da linguagem, esta-se falando de pensamento conceptual.
Não há, porém, identidade entre linguagem e pensamento. O que há é uma indissociabilidade de ambos, que não se apresentam jamais de uma forma pura. Por isso, as funções da linguagem e do pensamento não pode ser dissociadas e, muito menos, opostas. O pensamento e a linguagem, diz Schaff, sao dois aspectos de um único processo: o do conhecimento do mundo, da reflexão sobre esse conhecimento e da comunicação de seus resultados. Para Vygotsky, apesar de o pensamento e a linguagem serem diferentes em sua origem, ao longo do processo evolutivo, soldam-se num todo indissociável de forma que, no estágio do pensamento verbal, torna-se impossível dissociar as ideias da linguagem. Pensamento e linguagem são distintos, mas inseparáveis.
Por causa dessa indissociabilidade, pode-se afirmar que o discurso materializa as representações ideológicas. As ideias, as representações nao existem fora dos quadros linguísticos. Por conseguinte, as formações ideológicas só ganham existência nas formações discursivas.

11.4.09

O "coreto" é estratégico!


This is my baby, the friend of my dreams, my supporter, my safeguard, my relief. It makes me wanna cry when I remember the long hours, the several months and the whole year when I was all by myself, going on with that nonsense life and you were there, some thousand miles away but still providing me the hope I needed.
I've lost track of how many times along that year you made me believe I could be happy again, that existance was not that bad and that god hadn't forsaken me.
Thanks for opening my eyes for so many different perspectives, for drying my tears when despair was taking over me, for making me feel special and worthful.
Thanks for presenting me so many beautiful places, thrilling movies, touching songs and great bands. Thanks for telling me so many exciting stories, for persuading me to be strong and courageous. Thanks for the reliance, for the right words at the exact moments, for the elation, for the enthusiasm, for the thirst for knowledge you brought to me. Thanks for supporting and respecting my decisions and for abiding my weaknesses.
I've already told you the 'witnesses' tale. We all need others to be witnesses of who we are, what we do and how we live. I can only tell you it's my pleasure to be witness of who you are and to have your testimony of how I've been doing.
I care for you and I love you.

You were there when no one else was.