11.12.08

sobre heróis desconhecidos.


Meu pai não tem noção do quanto eu o amo.
Não tem noção do quanto o seu caráter me influencia, do quanto sua história me emociona, do quanto suas conquistas me deslumbram, do quanto sua coragem me motiva a ser forte, do quanto sua sabedoria me enriquece, do quanto sua simplicidade e seu senso de justiça me induzem a buscar sempre o mais justo e simples.
Por você e pela Dulce eu mato e morro.
... na mais catastrófica das possibilidades!
sdIUSHIAUsa

26.11.08

Suposições e dominós.


Geralmente não costumo parar pra refletir sobre meus "hábitos". Pra início de conversa, não sei nem se os tenho. Caso tenha, seriam hábitos, manias ou costumes? Aliás, qual a diferença entre hábito, mania e costume?
Eu arriscaria dizer que hábitos são menos 'compulsivos', mais controláveis, de certa maneira voluntários, são uma espécie de costume, suscetíveis a mudanças repentinas de acordo com o humor do indivíduo em questão. Hábitos são menos automáticos, enquanto manias estão mais associadas a compulsividades e 'involuntariedades'.
Não sei se são manias ou hábitos, talvez sejam os dois, mas tenho alguns tipos de 'TOCs psicológicos' que vêm desde os 13 anos.
Provavelmente não seja nada peculiar, certamente todo ser dotado de massa encefálica e capacidade de raciocínio já se viu embaraçado nessas idéias várias vezes na vida. Em certos momentos, isso até me incomodou.
'ISSO' é, como posso explicar, pensar metalinguisticamente (esse foi o primeiro termo que me passou pela cabeça) em situações do tipo: quantas pessoas, nesse momento, estão pensando em quantas pessoas estariam pensando dessa forma que eu estou pensando?
A chance de você estar me achando demente é relativamente alta. 'ISSO' chega a envolver matemática e eu não sei lidar bem com probabilidades; portanto, simplificando: Quantas pessoas, nesse momento, estão pensando em algo parecido ao que eu estou pensando?
Ainda, quantas pessoas, nesse momento, estão sentadas numa cadeira escrevendo algo pouco útil ao desenvolvimento intelectual de qualquer interlocutor e assumindo presunçosamente que alguém vá se interessar a compartilhar esse raciocínio?
Tá ... um exemplo mais simplório ainda: Quantas pessoas, nesse momento, estão ... vamos ver... SOLTANDO UM PUM!
Confesso que fiquei levemente aliviada depois de assistir Amelie Poulan e constatar que não sou a única demente a imaginar coisas tão fantasiosas e nonsenses. Afinal, pra quê alguém tem que pensar nisso? Que tipo de conhecimento seria agregado se uma fonte confiável de informação me respondesse: Maria Teresa Marques Santos, nesse exato momento, às 3:45:25 da manhã de terça feira do dia quatro de novembro de dois mil e oito, trezentas mil, novecentas e setenta e oito pessoas ao longo do planeta terra emitem gases estupidamente fedidos na atmosfera.
Fugindo um pouco da questão metalinguística para dementes, tenho que assumir outros tipos de TOCs psicológicos. Esse eu acho menos peculiar ainda. Dias atrás eu estava conversando com a Camila e pudemos então confessar intimidades características de mentes desatinadas. É algo tipo "Show de Truman" ... de achar que o mundo todo é uma montagem, uma "pegadinha" e, vc, o astro central.
Eu imaginava (lá pelos meus 13 anos) que era 'tudo de mentirinha', acreditava que sempre que fechava os olhos ou virava as costas, tudo sumia. Várias vezes até tentei "burlar o esquema" - fechava e abria os olhos rapidamente ou virava de costas inesperadamente para "pegá-los desprevenidos". Mas eles eram realmente ágeis e bem organizados, pensava eu, em minha pouco modesta imaginação.
Qualquer um associaria isso a egocentrismo, são pressuposições até egoístas (imagina, tudo existindo só pra "me testar"), no entando eu arrisco a dizer que está mais pra mania de perseguição.
Então ... admito que já perdi ( perdi?) horas da minha vida imaginando situações do gênero e refletindo sobre inúmeras outras do tipo "coincidência ou não?" E se... e se... são tantos E se!
... e se for pra pensar no dia em que apareceu, inesperadamente, aquela pessoa que influenciaria tão profundamente sua vida, sua rotina, suas atitudes e suas prioridades. Aquele filme, que despertaria sua sensibilidade para aquela questão que vivia martelando sua consciência; aquela música que, naquele momento, parecia entender tudo o que se passava com seu espírito.
Você já parou pra pensar em o que teria sido diferente na sua vida caso você não tivesse perdido o ônibus naquela manhã rotineira de terça feira? ... e se vc tivesse deixado o sono falar mais alto e deixado de assistir aquela aula de sociologia que mudaria radicalmente o seu ponto de vista sobre questões de importância fundamental?
Dois filmes cujo enredo tem algo relacionado a essas suposições são 'Efeito borboleta' e 'O som do trovão'. Se te interessa, assista. Tbm vale a pena perder 2 horas assistindo 'Corrente do bem'. A idéia comum em todos eles é relacionada ao que chamam de "Efeito dominó" - o simples bater de asas de uma borboleta no oriente, pode gerar uma inundação no ocidente.
É muito irônico, isso sim ... pensar que, talvez, a pessoa sentada ao seu lado no metrô tem a resposta pra aquela pergunta que solucionaria um de seus grandes dilemas, mas por falta de oportunidade e comunicação, isso se perde.
Há uma teoria que diz que entre você e qualquer outro ser humano a distância é de, no máximo, 6 pessoas. Não sei se acredito, mas pensar nessa possibilidade me deixa no mínimo inquieta. As vezes acho que todos nós temos 'clones naturais' espalhados por aí mas, por questões talvez geográficas, nunca vamos os encontrar.
Uma coisa é certa, entre céu e terra existem muito mais variáveis do que supõe nossa vã lucidez.

21.11.08

Juliano.


Dias atrás, deitada na cama ao som da rotação reclamona de um ventilador chato e pouco satisfatório quanto à sua função social de ventilador, liguei meu mp3 e uma das músicas procedentes me entorpeceu de saudades, lembranças e aceleração cardíaca. Essa música chama-se Save me, de uma banda chamada Remy Zero.

Em 2006, poucos dias ou no máximo meses após empacotar minhas tralhas e me mandar pra um vilarejo setentrional americano desse planeta eu conheci o Juliano Garga. Creio que o conheci pegando carona. Não lembro exatamente da ocasião desse primeiro dia, mas certa estou de que eu não imaginava, até aí, estar diante do cara que mais valeria a pena conhecer naquele lugar.
A empatia foi instantânea, compartilharíamos os sentimentos mais típicos de nossa condição de aliens a 10 000 Kms longe de casa.
Por alguns períodos não mantivemos contato próximo, o trabalho, aliás, o American way of life preponderante sobre nossas vidas não permitiria tamanha regalia, contudo, vira e volta a gente encontrava uma maneira de burlar o sistema e aprontar algumas.
Os desabafos eram freqüentes, a eloqüência também. Éramos, de certa maneira, cúmplices. Cúmplices nos vícios e nas virtudes.
Éramos casualmente assíduos ao Friendly’s, ao Maine Mall, ao Sebago Lake, a Old Orchard e chegamos a arriscar uma praia numa noite fria de inverno, mas a permanência no local não foi possível devido a uma terrível disfunção intestinal da parte do meu organismo (tô virando mestre em eufemismos). Acho que dessa nem você sabia, né Ju? Pois é... eu me lembro terrivelmente bem daquela noite! Hehe
Outras situações também vêm ao caso. Entre elas a nossa expulsão do terraço do Prudential building devido à tietagem panorâmica (admito, da minha parte também). Vale ressaltar a noite insensata de entra e sai em boates, uma delas com direito a Pole dancing e muito vídeo, procedida de uma caminhada de embriaguez (agora da SUA parte), cachorro quente na calçada, “seven eleven” e à entrada escondida em um hostel downtown.
Depois disso tivemos tempo apenas de optar por uma ida nada planejada à Nova York, caracterizada por uma mochila nas costas, uns trocados no bolso e como dormitório o saguão de embarque da Port Authority.
Só pra deixar registrado, nossa recepção no Central Park foi um tanto quanto ERÓTICA, não é verdade, Garga? Será que você vai se lembrar disso? ... Um incólume indivíduo buscando prazer de maneira autônoma em plena entrada do parque.
Jú, agora sem metáforas nem indiretas. Mal posso esperar pra te rever e sair por aí com uma mochila nas costas, uns trocados no bolso e um destino bem incerto.
Esse ano com certeza você renasceu ... aconteceram milagres na sua vida como eu nunca presenciei na vida de ninguém, e eu só posso exclamar com toda certeza que o mundo precisa de você, da sua coragem, da sua honestidade, da sua sabedoria, da sua simplicidade, das suas ideologias e da sua coragem às ultimas conseqüências.
Eu amo você. Prezo cada minuto de história que tivemos. Estarei sempre na torcida estérica pelo seu sucesso.

6.11.08

Tosacas Underwater




siBeli... dando uma de enxerida por aqui já que infelizmente MT está sem internet! :(

tosacAs4ever

6.10.08

The Universal Declaration of Human Rights



"Sonho com o dia em que todos os homens levantar-se-ão e compreenderão, finalmente, que são feitos para viverem como irmãos." Martin Luther King Jr.

2.10.08

About a garden.



Last night I dreamt with Tessa, from my secret garden.
Today I mean to walk in a different path, full of green, wet because of the rain and full of inspiration. Also listen to sensitive songs and read provocative books.

... 'cause sooner or later you realize life is not absolutely worth if there is not something you would die for.

18.9.08

Estranhezas incategorizáveis.



Desabafo de um observador ultra longínquo estupefato.

Muito além, nos confins inexplorados da região mais brega da Borda ocidental desta galáxia, há um pequeno sol amarelo e esquecido.
Girando em torno deste sol, a uma distância de cerca de 148 milhões de quilômetros, há um planetinha verde-azulado insignificante, cujas formas de vida descendentes de primatas ainda acham que relógios digitais são uma grande idéia.
São uns primatas digamos, desenvolvidos (bem, isso é contestável), vivendo em função da movimentação de pequenos pedaços de papel colorido com números impressos.
Alguns bons, outros maus, alguns insignificantes, outros alheios, outros apenas outros.
Eles vivem se contradizendo. Perdem o bem estar de seus corpos em função desse tal papel colorido, e depois perdem ao menos a metade do que conquistaram pra lutar contra os efeitos colaterais da troca.
Os mais bem humorados e, diga-se de passagem, valorosos, procuram discursar eloquentemente acerca do que chamam de 'amor'.
Outros remediam suas angústias entorpecendo-se com substâncias ilícitas porém, a curto prazo, prazerosas.
Alguns buscam maximizar ao máximo (UOU!) o grau de perpetuação da espécie. Tá, a intenção primordial não é a perpetuação, eles basicamente buscam momentos catárticos por meio de seus genitais já que seus espíritos são, frequentemente, regrados e pouco motivadores.
Futilizam e deturpam o que de melhor lhes foi legado e, quando esgotam todas as peculiaridades e intimidades intrínsecas a seus anseios, reclamam do vazio preponderante em seus corações/espíritos/almas, seja lá como categorizam.
Uma pequena porção deles busca o auto conhecimento. Tentam fazê-lo por meio do esclarecimento. Estes são consideravelmente interessantes, mas seus percursos são absurdamente sangrentos.
E assim permanecem. Muitas pessoas pra muito pouco(?!) espaço, e muito espaço pra péssima utilização, pra detestáveis hábitos de (não)sustentação.
Eles desgastam seu ambiente como se soubessem exatamente como fixar seus desleixes. Esquecem-se do fato de não terem sido os criadores de organismos ou fontes primitivas com os quais dividem o espaço e, muito provavelmente, não vão saber fazer reexistir o que levaram à extinção.
Um número cada vez maior de pessoas acredita que foi um erro terrível descer das árvores. Algumas dizem que até mesmo subir nas árvores tinha sido uma péssima idéia, e que ninguém jamais deveria ter saído do mar.
E, então, numa quinta-feira, dois mil anos depois que um homem foi pregado num pedaço de madeira por ter dito que seria ótimo se as pessoas fossem legais umas com as outras, uma garota, sozinha numa pequena lanchonete em Rickmansworth, de repente compreendeu o que tinha dado errado todo esse tempo e finalmente descobriu como o mundo poderia se tornar um lugar bom e feliz. Desta vez estava tudo certo, ia funcionar e ninguém teria que ser pregado em coisa nenhuma.
Infelizmente, porém, antes que ela pudesse telefonar para alguém e contar sua descoberta, aconteceu uma catástrofe terrível e idiota, e a idéia perdeu-se para todo o sempre.

11.9.08

Teardrop.


Love, love is a verb
Love is a doing word
Feathers on my breath
Gentle impulsion
Shakes me makes me lighter
Feathers on my breath

Teardrop on the fire
Feathers on my breath


In the night of matter
Black flowers blossom
Feathers on my breath
Black flowers blossom
Feathers on my breath

Teardrop on the fire
Feathers on my breath


Water is my eye
Most faithful my love
Feathers on my breath
Teardrop on the fire of a confession
Feathers on my breath
Most faithful my love
Feathers on my breath

31.8.08

Haja tolerância!

Democracia também é isso ... tolerar gente tola, farofeira, que busca a qualquer custo desgastar a popularidade de atuantes públicos de partidos alheios.
Tive que rir ao abrir o internet explorer nesse domingo nublado e me deparar com essa chamada informativa: Oposição ameaça pedir impeachment do presidente Lula. (Agencia Estado, 31/08/08)
Além de pedir a demissão de toda a diretoria da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), a oposição ameaça denunciar o presidente Luiz Inácio lula da Silva por crime de responsabilidade, abrindo caminho para um processo de impeachment por conta da escuta clandestina da agência nos telefones dos presidentes do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, e do Congresso, senador Garibaldi Alves (PMDB-RN).

É incrível a parcialidade das pessoas quando sujeitas à interesses particulares. É sempre a mesma história: buscar enxergar prioritariamente o erro alheio e maximiza-lo de maneira patética e sensacionalista, esquecendo os próprios vícios.
De forma alguma defendo a absolvição dos responsáveis pelas irregularidades em questão, já avaliadas como ofensa à constituição de direito, mas meu caro, daí a cogitar a possibilidade de impeachment de um presidente reeleito de maneira direta e clara, que mantém, em média, a aprovação pública de 60%, é muita ousadia pro meu bom senso.

Dias atrás li uma reportagem na Veja, à respeito do governo Lula. Admito que não levaria tão à sério os dados publicados caso a reportagem não fosse divulgada por um segmento de imprensa indiscutivelmente de Direita. Em suma, o motor da popularidade do presidente Lula é explicitado pelas seguintes confirmações:

FEV/04: 17,6 milhões de consumidores conseguiram quitar suas dívidas e deixar os cadastros de inadimplentes em 2003.

DEZ/04: Recorde de criação de empregos formais.

FEV/05: A indústria cresce 8,3% em 2004, o melhor desempenho desde 1986.

FEV/06: O dólar chega a 2,10 reais, o menor valor em cinco anos.

MAI/06: O salário mínimo teve crescimento real de 13%.

AGO/06: Pesquisa mostra que o consumo das classes D e E cresceu 11%.

JUN/07: Novas regras facilitam o acesso ao financiamento habitacional.

FEV/08: Recorde histórico de geração de empregos.

Não menos importante, vale ressaltar a vitória inédita contra os prejuízos da dívida externa. Neste ano, pela primeira vez na história o Brasil passou de devedor a credor externo. Na ponta do lápis, os créditos em moeda estrangeira do governo e das empresas brasileiras (reservas internacionais, depósitos bancários no exterior e empréstimo concedidos lá fora) superam a dívida externa em 4 bilhões de dólares.
Sim, o Brasil soluciona este fantasma pela porta da frente, sem calote e fica ainda mais próximo do chamado grau de investimento (investment grade), o selo de qualidade concedido às nações que têm baixíssimo risco de dar um calote na sua dívida.
“A primeira renegociação da dívida externa ocorreu ainda no Império, em 1829. Ao longo de sua história, o Brasil deixou de honrar seus compromissos externos outras seis vezes. A última delas – espera-se – foi em 1987, no governo de José Sarney, depois do fracasso do Plano Cruzado. Medidas extremas desse tipo são sempre traumáticas porque seus efeitos não se restringem ao mercado financeiro. Isolam as empresas e estigmatizam o país por longos períodos. É desse ciclo perverso, que afligiu o Brasil constantemente nas três últimas décadas que o país se vê livre. A importância dessa virada pode ser avaliada pelo fato de que, em meio à crise internacional provocada pelo estouro da bolha imobiliária nos Estados Unidos, a economia brasileira segue incólume. A cotação do dólar, em queda, rompeu a barreira de 1,70 real, algo que seria inimaginável em períodos de turbulências anteriores. Diz o ex-ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega: “O Brasil comprova solidez mesmo diante do cenário internacional de incertezas. Nunca havia ocorrido uma valorização cambial em meio a uma crise financeira dessa magnitude”. Antes, qualquer espirro em outro país era motivo para o Brasil pegar uma pneumonia.
É de se reconhecer, no entanto, que a virada histórica se deve, em primeiro lugar à implementação de políticas econômicas sensatas pelo governo anterior. O governo atual acertou ao mantê-las. Em especial, o tripé que dá estabilidade à economia, composto pelo regime de metas de inflação, pelos superávits primários das contas públicas e pelo câmbio flutuante. São esses os três elementos que asseguram previsibilidade e confiabilidade à economia. Graças a eles, projetos de investimentos foram desengavetados e o país passou a crescer mais rapidamente. Ao mesmo tempo, o Brasil contou com uma mãozinha da conjuntura internacional. O forte crescimento mundial impulsionou o comércio, favorecendo o preço de produtos básicos (ou commodities) exportados pelo país. Tome-se o exemplo do minério de ferro vendido pela Vale. Na semana passada, a empresa anunciou que conseguiu reajustar o preço do produto em até 71%. Só esse aumento propiciará uma injeção adicional de cerca de 10 bilhões de dólares no país. Nos três últimos anos, o Brasil acumulou um superávit superior a 120 bilhões de dólares na sua balança comercial. Somem-se a isso os investimentos feitos pelos estrangeiros, no mercado financeiro e no setor produtivo, e chega-se a uma montanha de 150 bilhões de dólares que aqui ingressaram entre 2003 e 2007. Foi essa enxurrada inédita de moeda forte que possibilitou o acúmulo de reservas internacionais pelo Banco Central. Essas reservas, que funcionam como uma poupança em bancos internacionais, subiram de 16,3 bilhões de dólares, no fim de 2002, para mais de 188 bilhões de dólares hoje.” (Veja 27/02/08)

Admiro que a retórica freqüentemente insensata de Lula não me agrada. Da mesma forma, escândalos governamentais cada vez mais ousados me enojam. Também não fujo da realidade: nossa nação está longe do Ideal. Contudo, antes de levantar a voz e demandar medidas extremas contra um presidente, vale a pena uma coletânea de dados, uma conscientização ao menos básica e uma checada, por desencargo de consciência, no próprio umbigo.

29.8.08

Dá-lhe Aristóteles.


Caráter é aquilo que mostra a escolha numa situação dúbia: aceitação ou recusa; por isso carecem de caráter as palavras quando nelas não há absolutamente nada que o intérprete aceite ou recuse.
Quando não há ações, o caráter não é revelado pois, neste caso há somente idéias. A partir do momento em que um personagem age conforme uma escolha, ele revela caráter. Quando ele simplesmente tem idéias à respeito de um fato, não há como presumir caráter pois não houve “consolidação” do mesmo.

26.8.08

Estrangeirismo


Há uma semana finalizamos um trabalho sobre Estrangeirismo, requisitado pela nossa orientadora de Linguística.
Inicialmente achei que ia virar baderna, assumo.
"Caramba, tem assuntos bem mais complexos e indispensáveis implorando atenção!" pensei comigo.
Mas confesso que após o o desenvolvimento da pesquisa, diversas vezes me vi em contradição.
Em termos gerais, o termo Estrangeirismo compreende-se pelo empréstimo de palavras, expressões e construções gramaticais provenientes de outras línguas, que não a nativa do país em questão.
Esse recurso linguístico é visivelmente influente em nossa sociedade, visto que imperceptivelmente fazemos uso constante do mesmo (profissionais de tradução então, nem se fala!). Basta ler um artigo, conversar com algum colega de trabalho, assistir a televisão, ouvir uma locução na rádio ou simplesmente sair de casa e olhar ao redor para depararmos com exemplos de estrangeirismos.
São várias as adoções de termos estrangeiros realizadas pela nossa língua. Dentre as várias - do Italiano: pizza, do Francês: mousse, menu, do Alemão: chopp, do Árabe: bazar, do Hebraico: amém, do Inglês: feed back, e-mail, download -.
Existe, contudo, estrangeirismos pouco conhecidos pela população, um exemplo característico é o estrangeirismo sintático, que trata-se de construções provenientes de línguas estrangeiras. A antecipação de um adjetivo a um substantivo, por exemplo, é influência inglesa: "Bonito rapaz" em vez de "Rapaz bonito".
É de se esperar que diferentes estudiosos da gramática ou mesmo indivíduos observadores da língua tenham opiniões contrárias quanto aos benefícios ou prejuízos gerados pela utilização de tal recurso. Alguns o enxergam como uma opção enriquecedora e benéfica à comunicação entre os membros de uma sociedade, para outros, recorrer ao estrangeirismo como medida de compensação pela falta de equivalência de termos em Português é indevido e pode acarretar inúmeros prejuízos tanto à sociedade em geral, quanto à língua materna.
De um lado os defensores. Eles alegam que o empréstimo linguístico revigora e enriquece a língua, supre as necessidades que surgem com a globalização, pois o seu uso correto e adequado deixa o texto ainda mais claro e objetivo. Termos ou expressões ainda inexistentes na língua nativa podem ser adequados à necessidade de utilização, expandindo o vocabulário e facilitando a comunicação entre os falantes de um idioma.
Do outro lado há os que criticam a interferência do estrangeirismo em nossa língua e cultura. Segundo estes, o uso exagerado do empréstimo provoca a desvalorização da Língua Portuguesa, símbolo do patrimônio histórico Brasileiro. A comunidade, ressaltam os críticos, inúmeras vezes, faz uso de estrangeirismos sem necessidade, e essa influência desmedida tende a provocar desvalorização da Língua Portuguesa.

Esse termo "patrimônio histórico" me traz lembranças um tanto quanto ... perturbadoras. Só uma pausa pra eu contar!
Neste segundo Bi eu estava frequentando um grupo de discussões sobre tópicos de abrangência nacional... Brasil como tema central.
Uma das discussões foi a respeito de patrimônio cultural, uns textos bem viajados mas até que frutíferos.
Discussão vai discussão vem, um professor de história solta uma bem assim:
  - Galera, NA REAL! É muito complicado falar sobre. Pra iniciar a reflexão, imaginem as consequências da destruição do muro das Lamentações para os Judeus. Vocês são capazes de imaginar os 'efeitos colaterais' de tal acontecimento? ... pois bem, agora imaginem um atentado terrorista contra o Planalto Central. O que vocês me dizem?
... Ninguém se conteve, o riso foi geral.
Engraçado - se não fosse TRÁGICO!

Pois bem, voltando ao que interessa, há quase dez anos, o deputado Aldo Rebelo (PC do B -SP) criou uma lei que tentaria reduzir o estrangeirismo na mídia, abrangendo os meios de comunicação, a publicidade, embalagens de produtos e outros tipos de expressão. O projeto de lei foi aprovado mas não chegou a ser sancionado, e uma das principais indagações quanto à discussão permaneceu: de que maneira, em perspectiva nacional, haveria a fiscalização e como ocorreria a punição daqueles que se mantivessem recorrentes ao estrangeirismo? COMO fiscalizar o vocabulário de cada indivíduo em suas diversas tarefas rotineiras?
É fato: o estrangeirismo é um recurso linguístico importante da Língua Portuguesa, sua utilização, quando empregada de maneira correta e consciente, tende a enriquecer o vocabulário, expandir nossas variedades expressivas e a tornar mais clara e profunda a troca de idéias entre membros da sociedade. Todavia, não são desprezíveis as questões levantadas pelos indivíduos contrários à tal recurso.
A língua portuguesa abrange um vocabulário rico, preciso e, em diversas circunstâncias não se justifica o emprego de estrangeirismos, principalmente em estabelecimentos comerciais, como: "Welcome", "x% OFF", "SALE". Temos equivalentes perfeitos na língua portuguesa, contudo, nada mais justo que recorrermos ao nosso próprio léxico.
Em outras circunstâncias, talvez por veiculação da própria mídia, não nos sentimos confortáveis em traduzir a palavra emprestada por sua equivalente portuguesa, como no caso de "site" (sítio, em Portugal), "internet", "mouse", "outdoor".
Seria estranho ouvir alguém dizer: "preciso trocar o rato do meu computador, está muito velho!". Nesses casos, não há como negar que o empréstimo facilitaria a comunicação.
Em suma, o estrangeirismo situa-se num universo complexo denominado Língua Portuguesa, onde a contradição concretiza-se ora definindo-o como um recurso importante da gramática, ora caracterizando-o como ameaça ao nosso idioma nativo.
Creio que a necessidade quanto ao uso deste recurso é inegável, porém, cedo e admito(mesmo que com culpa no cartório): deveríamos buscar ponderar sua utilização, evitando recorrências desnecessárias e abusos que suprimem nossas palavras, "filhas legítimas" da Língua Portuguesa - principal propulsora de identificação entre cidadãos.

23.8.08

Wistful Liverpool.


Yesterday we spent the night in a pub in commemoration of a friend's anniversary. A placed called Som Brasil.
Good atmosphere, funny companion, interesting faces and a great show, performed by "General Blues".
All of a sudden, listening to a Beatles' song called "while my guitar gently weeps", I was captured by strong memories of a memorable night in Liverpool.
Probably one of the best trips of my life, with the perfect friend, to the perfect place.
Among other options like Wales and Scotland we decided for Liverpool, in our perspective - easier and cheaper but not less interesting -.
We left London in a thursday morning, arrived in Liverpool in the afternoon, spent the night and half of the following day exploring the town.
But that very night! ... I couldn't imagine how memorable that rainy night would become by just pottering around obscure and "god knows how ancient" streets, entering and leaving night pubs and visiting the World's most famous one: The Cavern Club.
Unfortunately at that time I hadn't yet felt in love with The Beatles, then I believe my appreciation(for TCC) was not so as it would be if I had the opportunity of being there tonight. They seemed nice to me, but that was it - cool(and overweening) guys making good songs.
My eyes were opened and my mood for their songs was sensitively shaped after attending to a presentation by Sargent Peppers, their "Brazilian representatives", not long ago.
In my humble opinion .. by far, this is one of their masterpieces.


While my guitar gently weeps
By George Harrison, for The Beatles

I look at you all see the love there that's sleeping
While my guitar gently weeps
I look at the floor and I see it need sweeping
Still my guitar gently weeps

I don't know why nobody told you
how to unfold you love
I don't know how someone controlled you
they bought and sold you

I look at the world and I notice it's turning
While my guitar gently weeps
With every mistake we must surely be learning
Still my guitar gently weeps

I don't know how you were diverted
you were perverted too
I don't know how you were inverted
no one alerted you

I look at you all see the love there that's sleeping
While my guitar gently weeps
I look at you all
Still my guitar gently weeps

21.8.08

genius, simply a genius!



Letter from Birmingham jail - Martin Luther King Jr.

(...) Oppressed people cannot remain oppressed forever. The yearning for freedom eventually manifests itself, and that is what has happened to the American Negro. Something within has reminded him of his birthright of freedom, and something without has reminded him that it can be gained. Consciously or unconsciously, he has been caught up by the Zeitgeist, and with his black brothers of Africa and his brown and yellow brothers of Asia, South America and the Caribbean, the United States Negro is moving with a sense of great urgency toward the promised land of racial justice.
The Negro has many pent-up resentments and latent frustrations, and he must release them. So let him march, let him make prayer pilgrimages to the city hall; let him go on freedom rides and try to understand why he must do so. If his repressed emotions are not released in nonviolent ways, they will seek expression through violence; this is not a threat but a fact of history.


But though I was initially disappointed at being categorized as an extremist, as I continued to think about the matter I gradually gained a measure of satisfaction from the label. Was not Jesus an extremist for love: "Love your enemies, bless them that curse you, do good to them that hate you, and pray for them which despitefully use you, and persecute you." Was not Amos an extremist for justice: "Let justice roll down like waters and righteousness like an ever-flowing stream." Was not Paul an extremist for the Christian gospel: "I bear in my body the marks of the Lord Jesus." Was not Martin Luther an extremist: "Here I stand; I cannot do otherwise, so help me God." And John Bunyan: "I will stay in jail to the end of my days before I make a butchery of my conscience." And Abraham Lincoln: "This nation cannot survive half slave and half free." And Thomas Jefferson: "We hold these truths to be self-evident, that all men are created equal ..." So the question is not whether we will be extremists, but what kind of extremists we will be. We will be extremists for hate or for love? Will we be extremists for the preservation of injustice or for the extension of justice? In that dramatic scene on Calvary's hill three men were crucified. We must never forget that all three were crucified for the same crime - the crime of extremism. Two were extremists for immorality, and thus fell below their environment. The other, Jesus Christ, was an extremist for love, truth and goodness, and thereby rose above his environment. Perhaps the South, the nation and the world are in dire need of creative extremists. (...)

17.8.08

20a Bienal



Ontem tive o prazer de comparecer à 20a Bienal internacional de livros em SP.
Confesso que surpreendi-me quanto ao comparecimento e aparente entusiasmo de brasileiros ao anhembi neste sábado, cada qual com suas sacolinhas básicas de compras ( a maioria dos produtos devia ser exemplar brinde; julgo por mim mesma! hehe). É animador presenciar o interesse de tantos brasileiros em um evento rico, imparcial como esse.
Convenhamos que as estatísticas reais ainda não oferecem resultados animadores quanto ao hábito de leitura e a aquisição de obras (literárias ou não) por parte de cidadãos brasileiros, mas, por alguns momentos minha excitação se manteve estável. Pense bem, quantas crianças, adolescentes e adultos não permaneceram uma tarde de domingo distante de video games e porcarias do gênero? Enfim, esperançosamente, algum dia presenciaremos reduções no custo de obras literárias por consequência de uma demanda aquecida e disposta a gastar com o que realmente é válido, porque na atual conjuntura do país, tá difícil comprar livro.
Eu não resisti, presenteei-me com um super sedutor dicionário visual - Português, Espanhol e Inglês - de 620 páginas da SBS. Como o aniversário do meu velho preferido está se aproximando, aproveitei a ocasião para resguardar-lhe um atlas geográfico intitulado "terra e o universo" como presente. Na verdade meu desejo era fechar os olhos e levar um globo terrestre estonteante de uns tantos reais, mas enfim, meu bom senso alarmou-me quanto à imprudência do ato (e principalmente quanto à cara de "u must b kidding" do velho ao tirar o saldo bancário).
Às 16 hs comparecemos a uma premiação de tradutores prosseguida de mesa redonda sobre tradução específica.
Minhas suspeitas de pavor por etiqueta e eventos ultra-formais se concretizaram... e o amedrontamento só se estabilizou quando lembrei estar estudando para viver ocasiões semelhantes. Aos poucos fui rendida pela qualidade das discussões e espantosa modéstia por parte dos componentes da mesa, todos respaldados por décadas de exercício da profissão e incontáveis cabelos brancos.
Apesar do curto prazo foi válido o acontecimento. Tempo o suficiente pra ter certeza que tradutor merece ser extremamente bem remunerado e que ainda há muito o que correr atrás.
Falando nisso... amanhã é segunda! Abraços, saudoso leitor proletário.

14.8.08

entrefatos.


É fato, não consigo conter-me em minhas próprias palavras, tenho de vivê-las.
Eu era alguém até ontem. Desde o nascimento fui diversas pessoas, personagens, criaturas. Justo é dizer que não SOU coisa alguma, estou sendo ... transitória, imperene, efêmera;
Firo-me pela sinceridade excessiva e involuntária que rege minhas emoções e atitudes, emburro, peco por meio de sentimentos contrários às pertinências da consciência, pulsante e alarmante.
Quem sou eu?
Mistério em um livro aberto, pouco metódico ou organizado, repleto de palavras porém mudo, poluído de idéias todavia oco, passífico contudo hostil.
Passional mas desiludido.
Interessante, talvez.

Inquietação. Ansiedade. Comossão. Sentimentalismo. Indiferença. Esperança.
Todos os lados de um único dado.

10.8.08

Come together!


Você já teve a impressão que praticamente tudo o que pensa, suas pequenas descobertas, suas grandes idéias já foram pensadas por diversos outros indivíduos que, como você, se indagaram quanto à novidade do raciocínio ou não?
Pois é, isso às vezes me angustia.
Creio que tal emoção seja entendida por qualquer ser humano que idealiza uma realização íntima ou um legado diferencial, de cunho social, emocional, ou mesmo material, mas significante.
Um razoável número de vezes contive, a contra gosto, emoções, idéias, atitudes, ou mesmo princípios ultra revolucionários (quem nunca os teve?), geralmente por consequência de conselhos do tipo: "Muita gente já tentou a mesma coisa ... não é assim que funciona".
Não imagino como estaria hoje caso tivesse posto em prática todos os impulsos, todas as idealizações infantis, adolescentes ou semi-adultas já ocorridas em minha mente; provavelmente teria mais decepções no canhoto, porém, talvez outras pequenas grandes conquistas contabilizariam a favor do meu ego.
Hoje, acima mesmo de atitudes, da ânsia por saciar impulsos, busco inspiração.
Inspiração para ter força, para ir além, para entender, para desvendar, para criar, para equilibrar, para escrever, para ousar a crer que há descobertas à espera, ainda não desvendadas por outrém.
Além de textos genialmente motivadores, música, imagens latentes, experiências diárias com outros humildes mortais mantenedores do sistema (assim como eu), algo que me inspira é - Indignação- .
A indignação me consome, me provoca taquicardia, tremor e febre. A partir daí, é só pegar papel, caneta e soltar o desabafo - afetuoso, remediado, hostil ou enfurecido.
E que venham à tona as indignações!