18.9.08

Estranhezas incategorizáveis.



Desabafo de um observador ultra longínquo estupefato.

Muito além, nos confins inexplorados da região mais brega da Borda ocidental desta galáxia, há um pequeno sol amarelo e esquecido.
Girando em torno deste sol, a uma distância de cerca de 148 milhões de quilômetros, há um planetinha verde-azulado insignificante, cujas formas de vida descendentes de primatas ainda acham que relógios digitais são uma grande idéia.
São uns primatas digamos, desenvolvidos (bem, isso é contestável), vivendo em função da movimentação de pequenos pedaços de papel colorido com números impressos.
Alguns bons, outros maus, alguns insignificantes, outros alheios, outros apenas outros.
Eles vivem se contradizendo. Perdem o bem estar de seus corpos em função desse tal papel colorido, e depois perdem ao menos a metade do que conquistaram pra lutar contra os efeitos colaterais da troca.
Os mais bem humorados e, diga-se de passagem, valorosos, procuram discursar eloquentemente acerca do que chamam de 'amor'.
Outros remediam suas angústias entorpecendo-se com substâncias ilícitas porém, a curto prazo, prazerosas.
Alguns buscam maximizar ao máximo (UOU!) o grau de perpetuação da espécie. Tá, a intenção primordial não é a perpetuação, eles basicamente buscam momentos catárticos por meio de seus genitais já que seus espíritos são, frequentemente, regrados e pouco motivadores.
Futilizam e deturpam o que de melhor lhes foi legado e, quando esgotam todas as peculiaridades e intimidades intrínsecas a seus anseios, reclamam do vazio preponderante em seus corações/espíritos/almas, seja lá como categorizam.
Uma pequena porção deles busca o auto conhecimento. Tentam fazê-lo por meio do esclarecimento. Estes são consideravelmente interessantes, mas seus percursos são absurdamente sangrentos.
E assim permanecem. Muitas pessoas pra muito pouco(?!) espaço, e muito espaço pra péssima utilização, pra detestáveis hábitos de (não)sustentação.
Eles desgastam seu ambiente como se soubessem exatamente como fixar seus desleixes. Esquecem-se do fato de não terem sido os criadores de organismos ou fontes primitivas com os quais dividem o espaço e, muito provavelmente, não vão saber fazer reexistir o que levaram à extinção.
Um número cada vez maior de pessoas acredita que foi um erro terrível descer das árvores. Algumas dizem que até mesmo subir nas árvores tinha sido uma péssima idéia, e que ninguém jamais deveria ter saído do mar.
E, então, numa quinta-feira, dois mil anos depois que um homem foi pregado num pedaço de madeira por ter dito que seria ótimo se as pessoas fossem legais umas com as outras, uma garota, sozinha numa pequena lanchonete em Rickmansworth, de repente compreendeu o que tinha dado errado todo esse tempo e finalmente descobriu como o mundo poderia se tornar um lugar bom e feliz. Desta vez estava tudo certo, ia funcionar e ninguém teria que ser pregado em coisa nenhuma.
Infelizmente, porém, antes que ela pudesse telefonar para alguém e contar sua descoberta, aconteceu uma catástrofe terrível e idiota, e a idéia perdeu-se para todo o sempre.

11.9.08

Teardrop.


Love, love is a verb
Love is a doing word
Feathers on my breath
Gentle impulsion
Shakes me makes me lighter
Feathers on my breath

Teardrop on the fire
Feathers on my breath


In the night of matter
Black flowers blossom
Feathers on my breath
Black flowers blossom
Feathers on my breath

Teardrop on the fire
Feathers on my breath


Water is my eye
Most faithful my love
Feathers on my breath
Teardrop on the fire of a confession
Feathers on my breath
Most faithful my love
Feathers on my breath