31.8.08

Haja tolerância!

Democracia também é isso ... tolerar gente tola, farofeira, que busca a qualquer custo desgastar a popularidade de atuantes públicos de partidos alheios.
Tive que rir ao abrir o internet explorer nesse domingo nublado e me deparar com essa chamada informativa: Oposição ameaça pedir impeachment do presidente Lula. (Agencia Estado, 31/08/08)
Além de pedir a demissão de toda a diretoria da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), a oposição ameaça denunciar o presidente Luiz Inácio lula da Silva por crime de responsabilidade, abrindo caminho para um processo de impeachment por conta da escuta clandestina da agência nos telefones dos presidentes do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, e do Congresso, senador Garibaldi Alves (PMDB-RN).

É incrível a parcialidade das pessoas quando sujeitas à interesses particulares. É sempre a mesma história: buscar enxergar prioritariamente o erro alheio e maximiza-lo de maneira patética e sensacionalista, esquecendo os próprios vícios.
De forma alguma defendo a absolvição dos responsáveis pelas irregularidades em questão, já avaliadas como ofensa à constituição de direito, mas meu caro, daí a cogitar a possibilidade de impeachment de um presidente reeleito de maneira direta e clara, que mantém, em média, a aprovação pública de 60%, é muita ousadia pro meu bom senso.

Dias atrás li uma reportagem na Veja, à respeito do governo Lula. Admito que não levaria tão à sério os dados publicados caso a reportagem não fosse divulgada por um segmento de imprensa indiscutivelmente de Direita. Em suma, o motor da popularidade do presidente Lula é explicitado pelas seguintes confirmações:

FEV/04: 17,6 milhões de consumidores conseguiram quitar suas dívidas e deixar os cadastros de inadimplentes em 2003.

DEZ/04: Recorde de criação de empregos formais.

FEV/05: A indústria cresce 8,3% em 2004, o melhor desempenho desde 1986.

FEV/06: O dólar chega a 2,10 reais, o menor valor em cinco anos.

MAI/06: O salário mínimo teve crescimento real de 13%.

AGO/06: Pesquisa mostra que o consumo das classes D e E cresceu 11%.

JUN/07: Novas regras facilitam o acesso ao financiamento habitacional.

FEV/08: Recorde histórico de geração de empregos.

Não menos importante, vale ressaltar a vitória inédita contra os prejuízos da dívida externa. Neste ano, pela primeira vez na história o Brasil passou de devedor a credor externo. Na ponta do lápis, os créditos em moeda estrangeira do governo e das empresas brasileiras (reservas internacionais, depósitos bancários no exterior e empréstimo concedidos lá fora) superam a dívida externa em 4 bilhões de dólares.
Sim, o Brasil soluciona este fantasma pela porta da frente, sem calote e fica ainda mais próximo do chamado grau de investimento (investment grade), o selo de qualidade concedido às nações que têm baixíssimo risco de dar um calote na sua dívida.
“A primeira renegociação da dívida externa ocorreu ainda no Império, em 1829. Ao longo de sua história, o Brasil deixou de honrar seus compromissos externos outras seis vezes. A última delas – espera-se – foi em 1987, no governo de José Sarney, depois do fracasso do Plano Cruzado. Medidas extremas desse tipo são sempre traumáticas porque seus efeitos não se restringem ao mercado financeiro. Isolam as empresas e estigmatizam o país por longos períodos. É desse ciclo perverso, que afligiu o Brasil constantemente nas três últimas décadas que o país se vê livre. A importância dessa virada pode ser avaliada pelo fato de que, em meio à crise internacional provocada pelo estouro da bolha imobiliária nos Estados Unidos, a economia brasileira segue incólume. A cotação do dólar, em queda, rompeu a barreira de 1,70 real, algo que seria inimaginável em períodos de turbulências anteriores. Diz o ex-ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega: “O Brasil comprova solidez mesmo diante do cenário internacional de incertezas. Nunca havia ocorrido uma valorização cambial em meio a uma crise financeira dessa magnitude”. Antes, qualquer espirro em outro país era motivo para o Brasil pegar uma pneumonia.
É de se reconhecer, no entanto, que a virada histórica se deve, em primeiro lugar à implementação de políticas econômicas sensatas pelo governo anterior. O governo atual acertou ao mantê-las. Em especial, o tripé que dá estabilidade à economia, composto pelo regime de metas de inflação, pelos superávits primários das contas públicas e pelo câmbio flutuante. São esses os três elementos que asseguram previsibilidade e confiabilidade à economia. Graças a eles, projetos de investimentos foram desengavetados e o país passou a crescer mais rapidamente. Ao mesmo tempo, o Brasil contou com uma mãozinha da conjuntura internacional. O forte crescimento mundial impulsionou o comércio, favorecendo o preço de produtos básicos (ou commodities) exportados pelo país. Tome-se o exemplo do minério de ferro vendido pela Vale. Na semana passada, a empresa anunciou que conseguiu reajustar o preço do produto em até 71%. Só esse aumento propiciará uma injeção adicional de cerca de 10 bilhões de dólares no país. Nos três últimos anos, o Brasil acumulou um superávit superior a 120 bilhões de dólares na sua balança comercial. Somem-se a isso os investimentos feitos pelos estrangeiros, no mercado financeiro e no setor produtivo, e chega-se a uma montanha de 150 bilhões de dólares que aqui ingressaram entre 2003 e 2007. Foi essa enxurrada inédita de moeda forte que possibilitou o acúmulo de reservas internacionais pelo Banco Central. Essas reservas, que funcionam como uma poupança em bancos internacionais, subiram de 16,3 bilhões de dólares, no fim de 2002, para mais de 188 bilhões de dólares hoje.” (Veja 27/02/08)

Admiro que a retórica freqüentemente insensata de Lula não me agrada. Da mesma forma, escândalos governamentais cada vez mais ousados me enojam. Também não fujo da realidade: nossa nação está longe do Ideal. Contudo, antes de levantar a voz e demandar medidas extremas contra um presidente, vale a pena uma coletânea de dados, uma conscientização ao menos básica e uma checada, por desencargo de consciência, no próprio umbigo.

29.8.08

Dá-lhe Aristóteles.


Caráter é aquilo que mostra a escolha numa situação dúbia: aceitação ou recusa; por isso carecem de caráter as palavras quando nelas não há absolutamente nada que o intérprete aceite ou recuse.
Quando não há ações, o caráter não é revelado pois, neste caso há somente idéias. A partir do momento em que um personagem age conforme uma escolha, ele revela caráter. Quando ele simplesmente tem idéias à respeito de um fato, não há como presumir caráter pois não houve “consolidação” do mesmo.

26.8.08

Estrangeirismo


Há uma semana finalizamos um trabalho sobre Estrangeirismo, requisitado pela nossa orientadora de Linguística.
Inicialmente achei que ia virar baderna, assumo.
"Caramba, tem assuntos bem mais complexos e indispensáveis implorando atenção!" pensei comigo.
Mas confesso que após o o desenvolvimento da pesquisa, diversas vezes me vi em contradição.
Em termos gerais, o termo Estrangeirismo compreende-se pelo empréstimo de palavras, expressões e construções gramaticais provenientes de outras línguas, que não a nativa do país em questão.
Esse recurso linguístico é visivelmente influente em nossa sociedade, visto que imperceptivelmente fazemos uso constante do mesmo (profissionais de tradução então, nem se fala!). Basta ler um artigo, conversar com algum colega de trabalho, assistir a televisão, ouvir uma locução na rádio ou simplesmente sair de casa e olhar ao redor para depararmos com exemplos de estrangeirismos.
São várias as adoções de termos estrangeiros realizadas pela nossa língua. Dentre as várias - do Italiano: pizza, do Francês: mousse, menu, do Alemão: chopp, do Árabe: bazar, do Hebraico: amém, do Inglês: feed back, e-mail, download -.
Existe, contudo, estrangeirismos pouco conhecidos pela população, um exemplo característico é o estrangeirismo sintático, que trata-se de construções provenientes de línguas estrangeiras. A antecipação de um adjetivo a um substantivo, por exemplo, é influência inglesa: "Bonito rapaz" em vez de "Rapaz bonito".
É de se esperar que diferentes estudiosos da gramática ou mesmo indivíduos observadores da língua tenham opiniões contrárias quanto aos benefícios ou prejuízos gerados pela utilização de tal recurso. Alguns o enxergam como uma opção enriquecedora e benéfica à comunicação entre os membros de uma sociedade, para outros, recorrer ao estrangeirismo como medida de compensação pela falta de equivalência de termos em Português é indevido e pode acarretar inúmeros prejuízos tanto à sociedade em geral, quanto à língua materna.
De um lado os defensores. Eles alegam que o empréstimo linguístico revigora e enriquece a língua, supre as necessidades que surgem com a globalização, pois o seu uso correto e adequado deixa o texto ainda mais claro e objetivo. Termos ou expressões ainda inexistentes na língua nativa podem ser adequados à necessidade de utilização, expandindo o vocabulário e facilitando a comunicação entre os falantes de um idioma.
Do outro lado há os que criticam a interferência do estrangeirismo em nossa língua e cultura. Segundo estes, o uso exagerado do empréstimo provoca a desvalorização da Língua Portuguesa, símbolo do patrimônio histórico Brasileiro. A comunidade, ressaltam os críticos, inúmeras vezes, faz uso de estrangeirismos sem necessidade, e essa influência desmedida tende a provocar desvalorização da Língua Portuguesa.

Esse termo "patrimônio histórico" me traz lembranças um tanto quanto ... perturbadoras. Só uma pausa pra eu contar!
Neste segundo Bi eu estava frequentando um grupo de discussões sobre tópicos de abrangência nacional... Brasil como tema central.
Uma das discussões foi a respeito de patrimônio cultural, uns textos bem viajados mas até que frutíferos.
Discussão vai discussão vem, um professor de história solta uma bem assim:
  - Galera, NA REAL! É muito complicado falar sobre. Pra iniciar a reflexão, imaginem as consequências da destruição do muro das Lamentações para os Judeus. Vocês são capazes de imaginar os 'efeitos colaterais' de tal acontecimento? ... pois bem, agora imaginem um atentado terrorista contra o Planalto Central. O que vocês me dizem?
... Ninguém se conteve, o riso foi geral.
Engraçado - se não fosse TRÁGICO!

Pois bem, voltando ao que interessa, há quase dez anos, o deputado Aldo Rebelo (PC do B -SP) criou uma lei que tentaria reduzir o estrangeirismo na mídia, abrangendo os meios de comunicação, a publicidade, embalagens de produtos e outros tipos de expressão. O projeto de lei foi aprovado mas não chegou a ser sancionado, e uma das principais indagações quanto à discussão permaneceu: de que maneira, em perspectiva nacional, haveria a fiscalização e como ocorreria a punição daqueles que se mantivessem recorrentes ao estrangeirismo? COMO fiscalizar o vocabulário de cada indivíduo em suas diversas tarefas rotineiras?
É fato: o estrangeirismo é um recurso linguístico importante da Língua Portuguesa, sua utilização, quando empregada de maneira correta e consciente, tende a enriquecer o vocabulário, expandir nossas variedades expressivas e a tornar mais clara e profunda a troca de idéias entre membros da sociedade. Todavia, não são desprezíveis as questões levantadas pelos indivíduos contrários à tal recurso.
A língua portuguesa abrange um vocabulário rico, preciso e, em diversas circunstâncias não se justifica o emprego de estrangeirismos, principalmente em estabelecimentos comerciais, como: "Welcome", "x% OFF", "SALE". Temos equivalentes perfeitos na língua portuguesa, contudo, nada mais justo que recorrermos ao nosso próprio léxico.
Em outras circunstâncias, talvez por veiculação da própria mídia, não nos sentimos confortáveis em traduzir a palavra emprestada por sua equivalente portuguesa, como no caso de "site" (sítio, em Portugal), "internet", "mouse", "outdoor".
Seria estranho ouvir alguém dizer: "preciso trocar o rato do meu computador, está muito velho!". Nesses casos, não há como negar que o empréstimo facilitaria a comunicação.
Em suma, o estrangeirismo situa-se num universo complexo denominado Língua Portuguesa, onde a contradição concretiza-se ora definindo-o como um recurso importante da gramática, ora caracterizando-o como ameaça ao nosso idioma nativo.
Creio que a necessidade quanto ao uso deste recurso é inegável, porém, cedo e admito(mesmo que com culpa no cartório): deveríamos buscar ponderar sua utilização, evitando recorrências desnecessárias e abusos que suprimem nossas palavras, "filhas legítimas" da Língua Portuguesa - principal propulsora de identificação entre cidadãos.

23.8.08

Wistful Liverpool.


Yesterday we spent the night in a pub in commemoration of a friend's anniversary. A placed called Som Brasil.
Good atmosphere, funny companion, interesting faces and a great show, performed by "General Blues".
All of a sudden, listening to a Beatles' song called "while my guitar gently weeps", I was captured by strong memories of a memorable night in Liverpool.
Probably one of the best trips of my life, with the perfect friend, to the perfect place.
Among other options like Wales and Scotland we decided for Liverpool, in our perspective - easier and cheaper but not less interesting -.
We left London in a thursday morning, arrived in Liverpool in the afternoon, spent the night and half of the following day exploring the town.
But that very night! ... I couldn't imagine how memorable that rainy night would become by just pottering around obscure and "god knows how ancient" streets, entering and leaving night pubs and visiting the World's most famous one: The Cavern Club.
Unfortunately at that time I hadn't yet felt in love with The Beatles, then I believe my appreciation(for TCC) was not so as it would be if I had the opportunity of being there tonight. They seemed nice to me, but that was it - cool(and overweening) guys making good songs.
My eyes were opened and my mood for their songs was sensitively shaped after attending to a presentation by Sargent Peppers, their "Brazilian representatives", not long ago.
In my humble opinion .. by far, this is one of their masterpieces.


While my guitar gently weeps
By George Harrison, for The Beatles

I look at you all see the love there that's sleeping
While my guitar gently weeps
I look at the floor and I see it need sweeping
Still my guitar gently weeps

I don't know why nobody told you
how to unfold you love
I don't know how someone controlled you
they bought and sold you

I look at the world and I notice it's turning
While my guitar gently weeps
With every mistake we must surely be learning
Still my guitar gently weeps

I don't know how you were diverted
you were perverted too
I don't know how you were inverted
no one alerted you

I look at you all see the love there that's sleeping
While my guitar gently weeps
I look at you all
Still my guitar gently weeps

21.8.08

genius, simply a genius!



Letter from Birmingham jail - Martin Luther King Jr.

(...) Oppressed people cannot remain oppressed forever. The yearning for freedom eventually manifests itself, and that is what has happened to the American Negro. Something within has reminded him of his birthright of freedom, and something without has reminded him that it can be gained. Consciously or unconsciously, he has been caught up by the Zeitgeist, and with his black brothers of Africa and his brown and yellow brothers of Asia, South America and the Caribbean, the United States Negro is moving with a sense of great urgency toward the promised land of racial justice.
The Negro has many pent-up resentments and latent frustrations, and he must release them. So let him march, let him make prayer pilgrimages to the city hall; let him go on freedom rides and try to understand why he must do so. If his repressed emotions are not released in nonviolent ways, they will seek expression through violence; this is not a threat but a fact of history.


But though I was initially disappointed at being categorized as an extremist, as I continued to think about the matter I gradually gained a measure of satisfaction from the label. Was not Jesus an extremist for love: "Love your enemies, bless them that curse you, do good to them that hate you, and pray for them which despitefully use you, and persecute you." Was not Amos an extremist for justice: "Let justice roll down like waters and righteousness like an ever-flowing stream." Was not Paul an extremist for the Christian gospel: "I bear in my body the marks of the Lord Jesus." Was not Martin Luther an extremist: "Here I stand; I cannot do otherwise, so help me God." And John Bunyan: "I will stay in jail to the end of my days before I make a butchery of my conscience." And Abraham Lincoln: "This nation cannot survive half slave and half free." And Thomas Jefferson: "We hold these truths to be self-evident, that all men are created equal ..." So the question is not whether we will be extremists, but what kind of extremists we will be. We will be extremists for hate or for love? Will we be extremists for the preservation of injustice or for the extension of justice? In that dramatic scene on Calvary's hill three men were crucified. We must never forget that all three were crucified for the same crime - the crime of extremism. Two were extremists for immorality, and thus fell below their environment. The other, Jesus Christ, was an extremist for love, truth and goodness, and thereby rose above his environment. Perhaps the South, the nation and the world are in dire need of creative extremists. (...)

17.8.08

20a Bienal



Ontem tive o prazer de comparecer à 20a Bienal internacional de livros em SP.
Confesso que surpreendi-me quanto ao comparecimento e aparente entusiasmo de brasileiros ao anhembi neste sábado, cada qual com suas sacolinhas básicas de compras ( a maioria dos produtos devia ser exemplar brinde; julgo por mim mesma! hehe). É animador presenciar o interesse de tantos brasileiros em um evento rico, imparcial como esse.
Convenhamos que as estatísticas reais ainda não oferecem resultados animadores quanto ao hábito de leitura e a aquisição de obras (literárias ou não) por parte de cidadãos brasileiros, mas, por alguns momentos minha excitação se manteve estável. Pense bem, quantas crianças, adolescentes e adultos não permaneceram uma tarde de domingo distante de video games e porcarias do gênero? Enfim, esperançosamente, algum dia presenciaremos reduções no custo de obras literárias por consequência de uma demanda aquecida e disposta a gastar com o que realmente é válido, porque na atual conjuntura do país, tá difícil comprar livro.
Eu não resisti, presenteei-me com um super sedutor dicionário visual - Português, Espanhol e Inglês - de 620 páginas da SBS. Como o aniversário do meu velho preferido está se aproximando, aproveitei a ocasião para resguardar-lhe um atlas geográfico intitulado "terra e o universo" como presente. Na verdade meu desejo era fechar os olhos e levar um globo terrestre estonteante de uns tantos reais, mas enfim, meu bom senso alarmou-me quanto à imprudência do ato (e principalmente quanto à cara de "u must b kidding" do velho ao tirar o saldo bancário).
Às 16 hs comparecemos a uma premiação de tradutores prosseguida de mesa redonda sobre tradução específica.
Minhas suspeitas de pavor por etiqueta e eventos ultra-formais se concretizaram... e o amedrontamento só se estabilizou quando lembrei estar estudando para viver ocasiões semelhantes. Aos poucos fui rendida pela qualidade das discussões e espantosa modéstia por parte dos componentes da mesa, todos respaldados por décadas de exercício da profissão e incontáveis cabelos brancos.
Apesar do curto prazo foi válido o acontecimento. Tempo o suficiente pra ter certeza que tradutor merece ser extremamente bem remunerado e que ainda há muito o que correr atrás.
Falando nisso... amanhã é segunda! Abraços, saudoso leitor proletário.

14.8.08

entrefatos.


É fato, não consigo conter-me em minhas próprias palavras, tenho de vivê-las.
Eu era alguém até ontem. Desde o nascimento fui diversas pessoas, personagens, criaturas. Justo é dizer que não SOU coisa alguma, estou sendo ... transitória, imperene, efêmera;
Firo-me pela sinceridade excessiva e involuntária que rege minhas emoções e atitudes, emburro, peco por meio de sentimentos contrários às pertinências da consciência, pulsante e alarmante.
Quem sou eu?
Mistério em um livro aberto, pouco metódico ou organizado, repleto de palavras porém mudo, poluído de idéias todavia oco, passífico contudo hostil.
Passional mas desiludido.
Interessante, talvez.

Inquietação. Ansiedade. Comossão. Sentimentalismo. Indiferença. Esperança.
Todos os lados de um único dado.

10.8.08

Come together!


Você já teve a impressão que praticamente tudo o que pensa, suas pequenas descobertas, suas grandes idéias já foram pensadas por diversos outros indivíduos que, como você, se indagaram quanto à novidade do raciocínio ou não?
Pois é, isso às vezes me angustia.
Creio que tal emoção seja entendida por qualquer ser humano que idealiza uma realização íntima ou um legado diferencial, de cunho social, emocional, ou mesmo material, mas significante.
Um razoável número de vezes contive, a contra gosto, emoções, idéias, atitudes, ou mesmo princípios ultra revolucionários (quem nunca os teve?), geralmente por consequência de conselhos do tipo: "Muita gente já tentou a mesma coisa ... não é assim que funciona".
Não imagino como estaria hoje caso tivesse posto em prática todos os impulsos, todas as idealizações infantis, adolescentes ou semi-adultas já ocorridas em minha mente; provavelmente teria mais decepções no canhoto, porém, talvez outras pequenas grandes conquistas contabilizariam a favor do meu ego.
Hoje, acima mesmo de atitudes, da ânsia por saciar impulsos, busco inspiração.
Inspiração para ter força, para ir além, para entender, para desvendar, para criar, para equilibrar, para escrever, para ousar a crer que há descobertas à espera, ainda não desvendadas por outrém.
Além de textos genialmente motivadores, música, imagens latentes, experiências diárias com outros humildes mortais mantenedores do sistema (assim como eu), algo que me inspira é - Indignação- .
A indignação me consome, me provoca taquicardia, tremor e febre. A partir daí, é só pegar papel, caneta e soltar o desabafo - afetuoso, remediado, hostil ou enfurecido.
E que venham à tona as indignações!